sábado, 4 de outubro de 2014

1 - Introdução ao tema: doenças e estatísticas

É de grande importância iniciar a série de postagens quebrando uma verdade que ainda existe na cabeça de milhares de brasileiros. Não é câncer. São cânceres. Colocar esta palavra no plural é fundamental para que as pessoas vejam que nenhum câncer é igual ao outro. Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
                Esse padrão de crescimento aberrante resulta de mutações em genes que regulam a proliferação, a diferenciação e a sobrevivência de células em organismos multicelulares. Devido a essas alterações genéticas, as células cancerosas não respondem mais ao controle de crescimento das células normais.
                O câncer é a principal causa de mortalidade no mundo e o número total de casos aumenta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda, a OMS estima que em 2030 haja 27 milhões de novos casos de câncer, 17 milhões de mortes e 75 milhões de casos prevalentes por ano. Os países mais atingidos serão os em desenvolvimento. Em um relatório do ano passado, oncologistas europeus estimaram aumento da incidência de câncer nos países em desenvolvimento e que dos 12,4 milhões de novos casos diagnosticados em 2008, metade foi nas regiões de fraca e média renda.
Em países desenvolvidos, predominam-se os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon. Em países em desenvolvimento, os tipos mais prevalentes são de estômago, fígado, cavidade oral e colo do útero. Entretanto, esse padrão de divisão tem mudado rapidamente ao longo dos anos, de forma que se torna definir o tipo de câncer com base no nível de desenvolvimento do país.
No Brasil, devido à enorme extensão territorial e diferenças culturais entre as regiões, os tipos de câncer se distribuem de maneira heterogênea. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se quase 520 mil novos casos de câncer, incluindo os casos de câncer de pele não melanoma. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon, reto e estômago para o sexo masculino e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon, reto e glândula da tireóide para as mulheres.

Nos limitaremos nessa postagem a fazer uma abordagem geral sobre o câncer. Com o decorrer das publicações adentraremos nesse micromundo pra tentar entender como, a grosso modo, podemos preveni-los, conviver com eles e sobreviver a eles.

7 comentários:

  1. Sem dúvida, uma das principais dores de cabeça para os cientistas são a busca de formas mais eficientes de detecção e tratamento "dos cânceres". Muitos esforços tem sido feitos para reduzir os índices de pessoas com essa enfermidade, o que vai desde as campanhas que alertam as pessoas sobre a possibilidade de desenvolver um câncer até campanhas de vacinação de garotas contra o HPV (o vírus do papiloma humano, que causa o câncer de colo de útero). Entretanto, deve-se levar em consideração que os maus hábitos da população contemporânea tem deixado os indivíduos mais propensos, como o não uso de protetor solar (para se defender contra câncer de pele), a não higienização correta do corpo (o que pode elevar as chances de desenvolvimento de câncer de pênis), o hábito de fumar (câncer de boca e de pulmão), a má alimentação e ingestão/aspiração de substâncias tóxicas (uma lista interminável de cânceres), etc. É mais que fato consumado, através de essas e outras informações, que os cânceres são problemas de saúde pública a serem resolvidos em caráter emergencial.

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  2. É interessante notar a tênue linha entre um tecido normal e um câncer, diferentes pelo não reconhecimento intercelular no segunda e sua capacidade de multiplicar-se. segundo o próprio INCA, os canceres tem capacidade até de criar vasos sanguíneos em seu interior para supri-lo de nutrientes. Interessante também o fato citado dos diferentes tipos de câncer que acometem diferentes pessoas de acordo seu nível social e econômico, demonstrando que certos hábitos ou alimentos podem tornar a pessoa mais ou menos predisposta ao câncer, ou canceres, como fumar, consumir algumas drogas, expor-se demasiadamente ao sol, entre outros.

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  3. Realmente é importante saber que os diversos tipos de canceres tem as suas particularidades, pois cada um tem os seus desencadeadores específicos, suas próprias formas de tratamento e seus níveis de gravidade. O câncer de pele, por exemplo, é muito comum em trabalhadores rurais devido a exposição demasiada aos raios ultravioletas do sol, que provocam alteração genética nas células da pele que desencadeiam o problema. Assim, um trabalhador rural tem muito mais chance de ter câncer de pele do que de mama, o que evidencia o fato de os diversos tipos de canceres serem diferentes, apesar de o princípio maléfico ser o mesmo: multiplicação desordenada de células a ponto de invadir os tecidos de outros órgãos. Esse conceito é bem importante, pois além do câncer há também a multiplicação desordenada de células mas que não chegam a invadir tecidos vizinhos, o que é conhecido como tumor benigno.

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  4. As células cancerosas têm o poder de multiplicar-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à sua volta, invadindo-o. De forma geral, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado. O acúmulo dessas células forma os tumores malignos.Adquirem também a capacidade de migrar para tecidos vizinhos, inicialmente e depois tecidos mais distantes, através de vasos sanguíneos ou linfáticos(metástase).

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  5. É importante entendermos o motivo dessa divisão heterogênea entre grupos de população que são mais propensos a certos tipos de câncer e outros que não. O câncer de intestino, por exemplo, é mais frequente em países desenvolvidos devido a uma alimentação exageradamente gordurosa, industrializada e pobre em fibras, o câncer de pulmão também é mais comum em países desenvolvidos por causa dos maiores índices de poluição e de fumantes. Já o câncer de cólon de útero é mais comum em países em desenvolvimento devido ao acesso precário da vacina contra HPV, o câncer de boca também é mais comum nesses países devido a um menor hábito de limpeza oral e maior exposição à radiação solar. Além disso, o câncer de estômago tem incidência duas vezes mais alta em homens que em mulheres devido a hábitos alimentares típicos de homens, como menor ingestão de alimentos frescos (verduras e frutas), e maior ingestão de refrigerantes, pimentas e temperos. O câncer de tireoide é duas vezes maior em mulheres devido a fatores de predisposição genética. Enfim, o conhecimento bioquímico sobre os processos que predispõem o desenvolvimento dos diversos tipos de câncer nos diversos tipos de pacientes é um conhecimento de extrema importância para o médico, que deve, de preferência, ter maior contato com seus pacientes e acompanhar seus hábitos de vida, pois quanto maior a interação médico-paciente e maior a capacidade de previsão do profissional, mais cedo será feito o diagnóstico e a probabilidade de sobrevida do paciente será consideravelmente maior.

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  6. Muito interessantes os aspectos abordados pela postagem. Não conhecia essa relação entre tipos predominantes de cânceres e nível de desenvolvimento dos países. Segundo uma pesquisa da OMS realizada em 2013, 14 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer apenas durante o ano de 2012. Ainda segundo esse levantamento, o número de mortes também cresceu, de 7,6 milhões para 8,2 milhões, entre os anos de 2008 e 2012. O estudo concluiu ainda que o câncer de pulmão é o mais frequente no mundo, com 1,8 milhões de casos - cerca de 13% do total. Esse tipo de câncer está associado principalmente ao cigarro, mas também pode ser associado a Inalação de poeira e poluição do ar, fumo passivo e inalação de agentes químicos, como o arsênio. Os sintomas são pouco específicos, fazendo com que o câncer de pulmão seja facilmente confundido com outras doenças. São eles: falta de ar, tosse, dor no peito, presença de sangue no escarro e chiado no pulmão.
    Referência: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131212_cancer_oms_levantamento_lgb

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  7. O câncer, ou melhor, os cânceres representam doenças que ganharam destaque no cenário mundial. No entanto, são doenças consideradas atuais, devido à essa ênfase ter ocorrido no século XXI, logo após o destaque da AIDS. Por isso, pergunto-me como essa doença era vista antes das grndes pesquisas sobre o tema. Provavelmente, os cânceres eram confudidos com outras doenças; no entanto podemos garantir que a incidência de cânceres apenas aumentou com o passar do tempo. Aumento de gases poluentes na atmosfera, uso do cigarro como moda, consumo de alimentos industrializados com componentes desconhecidos, esses e outros fatos representam fatores de risco para que o câncer esteja crescendo no mundo.

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